terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Polônia investiga vínculo estrangeiro com roubo em Auschwitz

CRACÓVIA - O autor intelectual do furto, na sexta-feira, do letreiro de metal sobre a entrada do antigo campo de extermínio de Auschwitz é um estrangeiro que não reside na Polônia, disseram promotores na terça-feira.

A polícia polonesa recuperou o letreiro em alemão, que diz "Arbeit macht frei" ("O trabalho liberta"), e prendeu cinco homens na manhã da segunda-feira por ligação com o roubo: "O principal autor desse crime foi alguém que vive fora da Polônia e não tem cidadania polonesa", disse o promotor Artur Wrona em coletiva de imprensa, depois de os cinco suspeitos terem participado de uma reconstituição do roubo no campo: "Nossas ações nos próximos dias serão voltadas a identificar essa pessoa, que reside em um país europeu", acrescentou.

Wrona se negou a dar mais detalhes ou a comentar relatos da mídia polonesa segundo os quais um colecionador suíço estaria envolvido no crime. As autoridades descreveram os cinco suspeitos como criminosos comuns sem vínculos com grupos neonazistas.

O roubo suscitou temores de uma possível motivação política, já que o letreiro é um símbolo potente do Holocausto cometido pelos nazistas contra os judeus: "Eles fizeram pelo dinheiro. Sabiam onde estavam indo e para que, mas não tinham consciência real das reações que o furto causaria", disse Wrona.

A polícia exibiu o letreiro de metal, quebrado em três partes e retorcido, em coletiva de imprensa. Ela disse que os ladrões deixaram para trás o "i" final da palavra "frei".

PRISÃO

Wrona disse que os ladrões cortaram o letreiro de cinco metros de comprimento em três partes para que coubesse em seu carro esporte: "Eles não eram especialistas, sua contratação custou relativamente pouco", disse ele.

Os ladrões podem pegar até dez anos de prisão por terem roubado e cortado o letreiro, feito por um prisioneiro polonês em Auschwitz em 1940-41. Hoje um museu, Auschwitz faz parte da lista da Unesco de patrimônios mundiais.

Cerca de 1,8 milhão de pessoas, em sua maioria judeus, morreram no campo de extermínio de Auschwitz - em polonês, Oswiecim - durante a ocupação da Polônia pela Alemanha nazista na 2a Guerra Mundial. Os prisioneiros que chegavam ao campo entravam por um pequeno portão de ferro sobre o qual se erguia o letreiro em arco.

O lema virou símbolo dos esforços dos nazistas para infundir um sentimento falso de segurança em suas vítimas, antes de assassiná-las.

Os prisioneiros de Auschwitz morreram nas câmaras de gás, de doenças, de frio, de fome ou em experimentos médicos.


Fonte: www.oestadao.com.br

Policia polonesa recupera letreiro de Auschwitz

VARSOVIA - A polícia polonesa recuperou o letreiro de metal da entrada do antigo campo de concentração nazista de Auschwitz. Cinco suspeitos do roubo acabaram presos, de acordo com informação da televisão estatal. O letreiro com a frase "Arbeit macht frei" ("O trabalho liberta"), foi cortado em três partes. Os cinco detidos, com idades entre 20 e 39 anos, foram levados para o sul da cidade de Cracóvia, informou a televisão.


Letreiro recuperado pela polícia estava dividido. Foto: Reuters.

A polícia informou que os homens agiram motivados pelo valor financeiro do objeto, e não por ligação com qualquer grupo neonazista. Os cinco já tinham passagem pela polícia e pelo menos um deles respondeu por crime violento. Quatro estão desempregados e o quinto tem uma pequena companhia de construção. O furto, que ocorreu na sexta-feira, atraiu ampla condenação mundial, especialmente de grupos judaicos e israelenses. As autoridades polonesas haviam dado prioridade máxima à recuperação da placa.

"Podemos dizer que nenhum dos cinco é membro de um grupo neonazista (...). Sua intenção era sem dúvida relacionada ao roubo. Podemos decidir mais tarde se o crime foi encomendado ou se eles agiram por iniciativa própria", disse o delegado Andrzej Rokita, da cidade de Cracóvia, em entrevista coletiva. Não foram divulgados outros detalhes. Os suspeitos serão acusados por roubo de um objeto de especial valor cultural e podem pegar até dez anos de prisão, caso condenados.

Montagem mostra entrada do campo de concentração com e sem o letreiro. Fotos: AP

Jornal Nacional - 21/12/09 - Autoridades da Polônia recuperam placa da entrada de antigo campo de concentração

Placa de campo de concentração de Auschwitz é roubada

Polícia polonesa oferece uma recompensa de 1,2 mil euros para quem encontrar o objeto histórico

Sobreviventes do Holocausto deixam campo após visita. Foto: Peter Andrews/Reuters - 27/01/2009


VARSÓVIA - A famosa placa da entrada do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, com os dizeres 'O trabalho liberta' (Arbeit Macht Frei, em alemão) foi roubada nesta sexta-feira, 18.

A polícia local ofereceu uma recompensa de 1,2 mil euros para quem encontrar o objeto. Para as autoridades polonesas, a recuperação da placa é uma questão de honra: "Este lugar está protegido, mas era impensável que algo assim acontecesse", disse o porta voz do museu de Auschwitz, Jaroslaw Mensfelt.

Uma cópia do artefato, feita em 1940 pelo prisioneiro Jan Liwacz foi colocada no campo. Mais de um milhão de prisioneiros, a maioria judeus, foram mortos no campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.

A expressão surgiu em 1872, em um livro de mesmo nome escrito pelo nacionalista alemão Lorenz Diefenbach, e foi adotada como slogan pela República de Weimar em 1928 para impulsionar as políticas contra o desemprego e a crise do entreguerras. Quando os nazistas assumiram em 1933, aproveitaram o slogan.

Segundo o livro "Auschwitz, uma nova história", de Laurence Rees, a frase, com um grau sombrio de ironia, foi colocada em Auschwitz a pedido de Theodor Eicke, chefe da SS para campos de concentração. Ela também foi usado em Dachau, Gross-Rosen , Sachsenhausen, e Theresienstadt Ghetto.


Jornal Nacional - 18/12/09 - Placa de entrada de campo de concentração de Auschwitz é roubada

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Elenco de O INTERROGATÓRIO - Temporada Teatro Tom Jobim




Em pé, da esquerda para direita:
Michele Fontaine, Cristina Fagundes, Sílvio Pozatto, Gustavo Grangeiro, Pedro Kligerman, Gustavo Damasceno, Cássio Pandolfi, Ivan Fernandes, Cecília Hoeltz, Susanna Kruger, Louri Santos, Natally do Ó, Mônica Vilela, Zé Guilherme Guimarães, Miguel de Oliveira, Thiago Magalhães, Xando Graça, Alexandre Varella, André Frazzi, Carla Ribas, Fernando Arze, Cristina Rudolph, Alexandre Mofatti e Eduardo Wotzik.

Embaixo, da esquerda para direita:
Johnny Luz, Alexandre Menezes, Antonio Barboza, Elder Gattely, Yashar Zambuzzi, Hamilton Ricardo, Luiz Washington, Bruno Augusto e Nilson Nunes.


segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Reportagem exibida no Jornal Nacional de 30/11/09, sobre o julgamento de um ex-nazista do Campo de Sobibor

Começa julgamento de acusado de ser vigia de campo de extermínio nazista (30/11/2009)

Do UOL Notícias*


Em São Paulo

Começou em Munique, Alemanha, nesta segunda-feira (30) o julgamento de John Demjanjuk, 89, ex-guarda de um campo de extermínio nazista. Ele é acusado de colaborar na morte de 27.900 judeus que foram enviados à câmara de gás durante a Segunda Guerra Mundial. Ele pode pegar até 15 anos de cadeia se for condenado.

O julgamento de Demjanjuk pode ser o último dos processos contra acusados de cometer crimes sob o Estado alemão nazista de Adolf Hitler. É também o julgamento do acusado de mais baixa patente: o réu é acusado de servir como vigia do campo de Sobibor, na Polônia. Os vigias não necessariamente matavam os prisioneiros com as próprias mãos, mas Demjanjuk foi considerado culpado pelos assassinatos por fazer parte da cadeia da máquina da morte nazista.


(Michael Dalder/Reuters) Acusado de colaborar com o Holocausto, John Demjanjuk foi hoje a julgamento em Munique

O aposentado, que mora com a família nos Estados Unidos, chegou ao tribunal em uma cadeira de rodas usando o boné e coberto por uma manta azul clara. Ele foi considerado capaz de aguentar o processo, mas as audiências foram limitadas a duas sessões de 90 minutos por dia devido à sua saúde frágil. Segundo a revista alemã "Der Spiegel", Demjanjuk sofre de gota e foi recentemente diagnosticado com leucemia - sua expectativa de vida é de menos de um ano. Sua família reclama que, em estado terminal da doença, ele não poderia ir a julgamento.
O julgamento começou com uma moção do advogado de Demjanjuk contra o juiz e os promotores, acusando-os de agirem de forma tendenciosa.

Para Efraim Zuroff, o mais importante caçador de nazistas do Centro Simon Wisenthal, o início do julgamento nesta segunda é um marco importante.

"[O julgamento] é uma mensagem poderosa de que, mesmo quem não tinha a patente de um oficial, mesmo assim é responsável [pelo Holocausto]", disse Zuroff.

Grupos judaicos e familiares das vítimas do campo de Sobibor dizem que nunca é tarde para se fazer justiça e consideram o caso Demjanjuk simbólico.

"Não vim aqui para me vingar de Demjanjuk. Eu vim para contar como era Sobibor", disse uma das partes do processo, o sobrevivente Thomas Blatt, 82. Sua família foi morta no campo de extermínio em 1943. Aos 15 anos, os responsáveis pelo campo ordenaram que ele organizasse os pertences dos judeus que seriam mandados às câmaras de gás.

"Um guarda de outro lugar, de uma cadeia, ou de um campo de concentração, fazia a vigilância para que os prisioneiros não pudessem escapar", disse Blatt. "Mas um guarda de uma fábrica da morte, de um campo de extermínio, era um assassino. Ele ajudou a matar pessoas."

Nascido na Ucrânia, John Demjanjuk lutou no Exército Vermelho da União Soviética até ser preso pelas tropas nazistas em 1942 e se oferecer para trabalhar como guarda da SS, a força paramilitar mais fiel a Hitler. Ele nega a história oferecida ao juiz pelos promotores, e diz que após ser capturado pelos militares alemães na região da Crimeia em maio de 1942, integrou o chamado Exército de Libertação Russo, uma força anticomunista aliada à Alemanha nos últimos meses da guerra.

Ele também alega que foi confundido com outra pessoa. A troca de identidades já aconteceu uma vez, em 1986, quando Demjanjuk foi deportado para Israel para ser julgado como "Ivan, O Terrível", um guarda famoso por seu sadismo que serviu no campo de Treblinka. Dois anos depois, em 1988, ele foi sentenciado à morte, mas a condenação foi cancelada quando evidências de que outro homem que seria "Ivan" chegaram à Justiça israelense.

Demjanjuk está na Alemanha desde maio, quando o governo americano liberou sua extradição à Alemanha. O processo corre na Justiça de Munique porque ele viveu na região por um breve período após a guerra. Ele emigrou para os EUA em 1951, e se naturalizou americano em 1958. Na América, ele trabalhou na indústria automotiva.

*Com informações de AP e Reuters
 
 
 
Pesquisa de Gustavo Grangeiro

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Hino Nacional alemão

Das Lied der Deutschen (A canção dos alemães) ou Deutschlandlied (Canção da Alemanha) foi escrita por August Heinrich Hoffmann von Fallersleben, em 1841, na ilha de Helgoland, sobre uma melodia da peça Quarteto do Imperador, composta em 1797 por Joseph Haydn. Terminada a Primeira Guerra Mundial, o primeiro Presidente da República de Weimar, Friedrich Ebert, elevou a Canção dos Alemães à condição de hino nacional. Após a Segunda Guerra Mundial o hino nacional da Alemanha foi encurtado apenas para a terceira estrofe, devido ao teor das outras estrofes.






I (usada pelos nazistas)
Deutschland, Deutschland über alles, Über alles in der Welt,
Wenn es stets zu Schutz und Trutze
Brüderlich zusammenhält,
Von der Maas bis an die Memel,
Von der Etsch bis an den Belt
Deutschland, Deutschland über alles,
Über alles in der Welt.

II (cortada da versão final)
Deutsche Frauen, deutsche Treue, Deutscher Wein und deutscher Sang
Sollen in der Welt behalten
Ihren alten schönen Klang,
Uns zu edler Tat begeistern
Unser ganzes Leben lang.
Deutsche Frauen, deutsche Treue,
Deutscher Wein und deutscher Sang.

III (Hino atual da Alemanha)
Einigkeit und Recht und Freiheit Für das deutsche Vaterland!
Danach laßt uns alle streben
Brüderlich mit Herz und Hand!
Einigkeit und Recht und Freiheit
Sind des Glückes Unterpfand.
Blüh' im Glanze dieses Glückes,
Blühe, deutsches Vaterland.



I
Alemanha, Alemanha acima de tudo,
acima de tudo no mundo,
quando sempre, na defesa e proteção,
se mostra unida como irmãos.
Do Maas ao Memel,
Do Etsch ao Pequeno Belt,
Alemanha, Alemanha, acima de tudo,
acima de tudo no mundo!

II
Mulheres alemãs, alemã fidelidade,
O vinho e os cânticos da Alemanha
Deverão continuar a ser no mundo
estimados pela sua beleza e som,
inspirando-nos a um ânimo nobre
Todos os dias da nossa vida.
Mulheres alemãs, alemã fidelidade,
Vinho e cânticos da Alemanha!

III
Unidade e justiça e liberdade
para a Pátria alemã;
Aspiremos todos a isso,
fraternalmente, com o coração e através da ação.
unidade, justiça e liberdade
garantem-nos a sorte.
Floresça no brilho desta sorte,
floresça, Pátria alemã.




Pesquisa de Antonio Barboza

E-mail da atriz Suzana Saldanha

"Vcs. merecem todo o sucesso e torço para que cheguem em Israel-não é impossível a colonia brasileira é enorme e tb. em Nova york. Porque não. É o tipo do espetáculo que NUNCA deve sair de cartaz. Como deveria ser O tiro que mudou a história"

Suzana Saldanha

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

PRÓXIMA APRESENTAÇÃO
"O INTERROGATÓRIO"
04, 05 E 06 DE DEZEMBRO
TEATRO TOM JOBIM-JARDIM BOTÂNICO
O EVENTO COMEÇA AS 18HS. VOCE PODE ENTRAR, ASSISTIR, SAIR E VOLTAR QUANDO QUISER.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O INTERROGATÓRIO por um espectador

Indescritível. Só quem estava lá pra entender. Parabéns!! E Obrigada.Realmente foi emocionante o espetáculo, e não só por causa dos judeus.... é a humanidade que está ali. Parabéns pela coragem, ousadia, vigor, não é todo dia que as pessoas apostam em algo que foge ao "mais do mesmo”.Foi emocionante ver aquela multidão na sexta a noite! Que esse espetáculo, ainda possa continuar, enquanto o ser humano for capaz de tanta crueldade. Foi lindo, lindo, lindo... e emocionante. Experiência única.Fiquei emocionada com o final da peça e lamento não ter podido ficar mais. O ESPETACULO SUPEROU A MINHA EXPECTATIVA!TODA A MONTAGEM,A DISPOSIÇÃO DOS ATORES ENTRE AS PESSOAS DA PLATEIA,A INTERPPRETAÇÃO DOS ATORES,O INTENSO TRABALHO DE PESQUISA; ENFIM SO POSSO DIZER QUE VOCES MERECEM NOSSO RESPEITO E RECONHECIMENTO PELA SERIEDADE COM A QUAL ABORDARAM UM TEMA TAO DELICADO E JA TAO EXPLORADO.EM HEBRAICO SE DIZ IASHAR KOACH!!!!!A peça realmente emociona não só pelo enredo, mas pela direção e a atuação brilhante do elenco. Vale a pena ver. Não percam a nova temporada em dezembro.PARABÉNS PELA OUSADIA, OPORTUNIDADE E PELO RESULTADO OBTIDO NA BELA MONTAGEM DO "SEU" INTERROGATÓRIO. SE HOUVER NOVA CHANCE, PRETENDO ASSISTI-LO POR PERÍODO MAIS ABRANGENTE. EM MENOS DE DUAS HORAS, SAÍMOS DO TEATRO EM ESTADO DE GRAÇA. RECOMENDAMOS A DUAS PESSOAS QUE, À TARDE, FICARAM ENCANTADAS.Fiquei muito emocionada e agradecida a todos que participaram da peça. Acho que o mais importante foi ter um público muito grande de não judeus aplaudindo e acreditando que tudo aquilo aconteceu.AINDA SOB O IMPACTO DA ENCENAÇÃO, PARABÉNS. O mergulho naquele mundo foi total, e a náusea foi útil. Foi uma das melhores coisas que vi nos últimos tempos, longe da mesmice.... Sem concessões , com entrega, com capacidade de levar reflexão e emoção a um público heterogêneo. ESTIVE NA LAURA E ASSISTI ÀS PRIMEIRAS 3 HORAS DO ESPETÁCULO - NÃO ESTAVA ME SENTINDO MUITO BEM, POR ISSO FUI EMBORA. MAS O QUE VI FOI O SUFICIENTE PARA TER ABSOLUTA CERTEZA DO SUCESSO DA EMPREITADA. Nossa, que lindo! Essa peça tinha que ser assistida de muuuuitos lugares diferentes, inclusive de fora do teatro. Tudo foi de um tamanho e de uma riqueza que não coube. Não cabe, num só lugar, num só olhar. Obrigada aos deuses! Fabuloso Eduardo, em primeiro lugar parabéns pelo sucesso. Como o povo vai exigir que vc transforme isso em calendário... assistiremos o próximo.Parabéns pela ousadia. Precisamos de mais projetos como esse: vivemos uma nova era disfarçada de intolerância, maquiada pelo politicamente correto. E uma elite - inclusive a artística/intelectual - anestesiada, vendo a mediocridade avançar. Foi um dos mais belos momentos que assisti no Teatro. Um das mais emocionantes momentos da minha vida. Foi lindo! Emocionante demais. Tudo. Do toque do shofar ao banho de mar final para limpar as energias. Muito obrigadoJamais esquecerei.

   Dias 04, 05 e 06 de dezembro
“O INTERROGATÓRIO”
NO ESPAÇO TOM JOBIM – JARDIM BOTANICO
abre as 18hs e segue até meia noite.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Fotos Vigília





 

*Fotos por Michele Fontaine

Dirigindo 24h...



 

 

 


*Fotos por Michele Fontaine


 

 


*Fotos por Michele Fontaine

Vigília





*fotos Michele Fontaine

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Depoimento da atriz Carla Ribas


UMA VIGÍLIA PELA VIDA. 24 HORAS DE TEATRO. UM ESPETACULO QUE COMEÇA AO ANOITECER DE SEXTA FEIRA E TERMINA NO ANOITECER DE SABADO. UM SHABAT PELAS VITIMAS DA HUMANIDADE. UMA VIGÍLIA CENICA. UMA PEÇA QUE COMEÇA COM O TOQUE DO SHOFAR DA SEXTA FEIRA E SEGUE EM MOTO CONTINUO ATÉ SOAR O TOQUE DO SHOFAR AVISANDO DO ESCURECER DE SABADO. UM JULGAMENTO. QUARENTA ATORES RELATAM OS ULTIMOS DIAS DO JULGAMENTO DE FRANKFURT. UMA DENUNCIA. UMA NOITE DE RESISTENCIA. DE AMOR AO TEATRO, A ARTE, A ETICA, A VIDA. UM ENCONTRO. UM TEMPO DE REFLEXÃO SOBRE OS HORRORES AOS QUAIS SOMOS TODOS PASSÍVEIS. UM TEXTO DE UM GRANDE AUTOR: PETER WEISS. TUDO ISSO ABRIGADO NUMA CASA DE CULTURA.  SOB OLHAR ATENTO DA LAURA ALVIM. 

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Um dia recebi o email acima do Eduardo e respondi dizendo que achava a idéia excelente. Ele, então, me mandou o texto da peça.

Precisei ler em capítulos. Era difícil suportar os relatos indigestos das atrocidades cometidas contra os judeus no campo de concentração de Auschwitz, por muito tempo seguido, sem parar, sem dar uma respirada. Pensei até em não fazer. Medo.
           
O projeto foi caminhando e começaram os ensaios. O desafio era nos prepararmos para uma maratona de 24 horas em cena, sem sair do personagem, com um texto pesado destes. Os ensaios não se realizavam todos os dias como é costume nas montagens teatrais, mas com intervalos de quinze dias, depois uma semana, e somente perto da apresentação nos reunimos com uma frequência maior: três vezes na semana. Os personagens deveriam ser preparados individualmente, cada ator no seu silêncio e a cada encontro apresentávamos ao diretor o caminho que estávamos seguindo. Quanta liberdade para pesquisar, tentar, ousar, criar. Mergulhei de cabeça.
           
Logo no primeiro encontro o Eduardo trouxe algumas musicas e eu me apaixonei por uma delas em especial: Yerushalaim Shel Zahav. Eu precisava cantá-la. As instruções da direção eram para que não tomássemos um caminho de auto piedade e lamentação, mas para que não perdêssemos a vontade de revelar o que tinha acontecido, de fazer a denúncia. O caminho deveria ser para cima e não para baixo. A Testemunha 4, meu personagem, passou pelas cruéis experiências médicas do bloco 10 e eu terminava a cena em que conto essa passagem, chorando muito. Pensei então em cantar, ao fim do relato, este hino à Jerusalém, ao futuro, à esperança. E funcionou. Ao fim da cena, no ensaio, pegando todo mundo de surpresa, comecei a cantar, e mesmo tendo “quebrado” no meio da musica, o esforço da personagem para continuar, para se manter em pé e inteira, estava lá, manifestado, em meio às lágrimas, pela força da música, e da vontade de cantá-la.
           
O assunto era apaixonante, o material de pesquisa farto, e eu me envolvi completamente. Meu namorado é judeu e esteve comigo, participando, o tempo todo, esclarecendo detalhes, me ajudando com a pronúncia hebraica da musica, que era bem difícil de decorar. Eu sabia o que estava sendo dito, mas a língua é tão diferente que eu tinha que decorar sons, fonemas, até que não precisasse mais pensar neles, apenas na intenção, só na intenção.
           
A composição do personagem tinha que ser cuidadosa. Como seria a postura, o andar, de alguém que desde o seu internamento no Campo, vinte anos antes, está doente, sente vertigem e náuseas? Como cuidaria de sua aparência, que roupas escolheria, como arrumaria os cabelos, uma mulher que teve o seu corpo vasculhado, suas partes intimas usadas, sem cerimônia, por seis meses, em nome de pesquisas de esterilidade, que não levavam em conta a dignidade humana de suas cobaias? Haveria ainda alguma vontade de ser atraente? De ser mulher? O que teria sobrado de feminino nela? Como se comportaria uma pessoa que teve sua família assassinada e tudo o que possuía usurpado?
Ao mesmo tempo, ela de um jeito ou de outro sobreviveu, conseguiu logo que chegou a Auschwitz um cargo como empregada de escritório no Departamento Político e para sobreviver, foi obrigada a entrar de alguma forma naquele esquema. Essa mulher foi uma guerreira, sem dúvida. E uma vitoriosa. Ela está lá. Sobreviveu!
           
Nos ensaios era lindo de ver como cada um dos personagens ia nascendo. Como se fosse uma panela de pipoca, onde o óleo e o calor vinham da presença segura da direção, estourava um, depois outro e de repente mais outro e outro e outro. Havia uma força de coesão funcionando no elenco, onde o crescimento de um, a ousadia de outro, contaminava a todos, e no dia 25 de setembro de 2009 estávamos lá, na Casa de Cultura Laura Alvim, ao toque do Shofar de uma sexta feira, início do Shabat, todos os personagens, cada um com sua características, tão inteiros, tão diferentes entre si e tão similares. Não havia dois nazistas parecidos e no entanto podia-se ver claramente quem eram os nazistas. Não havia dois judeus iguais e no entanto todos eram tão judeus e tão sobreviventes do Holocausto! E havia no silencio entre nós a cumplicidade de quem sabe que vai enfrentar juntos uma guerra, uma experiência difícil, única, jamais vivida por nenhum de nós, desafiadora e imprevisível: a de ficar 24 horas seguidas em cena, sem sair do personagem, repetindo, repetindo, e repetindo os horrores, ouvindo e ouvindo aqueles relatos devastadores. Como em uma “dança das cadeiras”,  como num “baile de fantasmas”, subíamos e descíamos daquele palco para contar nossas histórias, para denunciar a bestialidade da qual podemos ser capazes, atravessando as horas da noite, as horas do dia, vencendo o sono e o cansaço, carregando nossos corpos cada vez mais doloridos, mas invencíveis, munidos da nossa determinação e da nossa vontade.

Não podíamos consultar relógios e nos guiávamos pela escuridão da noite, pela luz do dia, pelo número de pessoas na platéia, para saber um que momento do tempo estávamos. E então veio o aviso, cochichado no ouvido de cada um dos atores: O Shofar pode tocar a qualquer momento durante esta passada. A cada um que subia, a cada sobrevivente que depunha, nós esperávamos pelo anúncio do fim da nossa incrível jornada.

Aconteceu em uma Grande Pausa. Eu trazia nas mãos, naquela passada, uma rosa branca que ganhei do meu namorado por que nesta mesma sexta feira fazíamos sete meses de namoro. Caminhei pela platéia até a beira do palco e fiquei ali olhando aqueles nomes, das família desaparecidas, escritos na parede do fundo, ao longo das últimas 24 horas, uns já por cima dos outros, como numa vala comum, já àquela altura indistinguíveis, uma imagem aterradora, e senti uma enorme vontade de depositar minha rosa branca aos pés daqueles nomes, como um pedido de perdão em nome da humanidade, e neste momento ouvi o toque do Shofar! Em um ato contínuo pousei minha rosa branca no centro do palco e estava cumprida a nossa missão, a nossa jornada, a nossa homenagem, nossa vigília pela vida, testemunhada por todas as pessoas que entraram e saíram daquele teatro durante todo o dia, durante toda a noite e na madrugada, sem nunca nos terem deixado completamente sós!

Perdão.
Obrigada.
Testemunha Carla Ribas.


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O Interrogatório

Próxima Vigília:

04 de dezembro.

Teatro Tom Jobim.

Bilhete final

"Jamais esquecerei."
Eduardo Wotzik

sábado, 26 de setembro de 2009

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

No Tribunal de "O Interrogatório"...

Coordenadora do Tribunal





*por Laura Limp

Testemunha 2






"Eu pensei que aquela fumaça fosse dos fornos da padaria do campo. Tinha ouvido dizer que ali se assava dia e noite..."

Testemunha 2



*por Johnny Luz

Limpeza


Juíz





*por Xando Graça

Acusados


Testemunhas


Kaduk






“É difícil, até mesmo para eu dizer. Mas eu vi tudo pessoalmente. Somente os médicos davam a ordem para aplicar o gás. Eu mesmo vi homens da SS que estavam envolvidos nas operações com o gas chorarem. E para eles o Dr. Menghele dizia: Vocês TÊM que fazer isso! Uma vez ele disse isso para um homem que tinha lágrimas no olhos e ele aplicou o gá e imediatamente tirou o chapéu. Eu vi isso. Eu estava lá.”

Kaduk




*por Franco Almada

Testemunha 7



"A única coisa que eu peço é que se pense naquela multidão que nos viu sendo arrancados de nossas casas e carregados em vagões de gado. Os acusados deste processo são apenas executores, o último elo de uma cadeia. Já outros acima deles nunca tiveram que prestar contas perante este ou qualquer outro tribunal. Alguns compareceram como testemunhas. Eles vivem como pessoas honestas. Eles assumem cargos de alta responsabilidade. Eles aumentam seus ordenados e continuam a trabalhar para as mesmas indústrias onde os presos do Campo trabalharam até a morte."




 

*por Thiago Magalhães

Sobre Wilhem Boger



“Eu fui descobrindo que Boger era um assassino frio. Passei anos tentando me livrar da culpa de ter sido protegida por ele. Como é possível digerir que o homem que salvou minha vida seja responsável por tantas atrocidades contra outras vidas...”

Carlota Spielbaum












*por Susanna Kruger

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Yerushalaim Shel Zahav




Yerushalaim Shel Zahav

Avir harim tzalul kayain
Verach Oranim
Nisa Beruach ha arbaim
Im kol pa amonim

Uvetardemat yilan vaeven
Shvuia bachaloma
Hayir asher badad yoshevet
Uveliba choma

Yerushalaim shel zahav
Veshel nechoshet veshel or
Halo lechol shiraich ani kinor

Chazarnu el borot hamayim
Lashuk velakikar
Shofar kore behar habayit
Bayir ha atika

Uvamearot asher basela
Alfei shmashot zorchot
Nashuv nered el yam hamelach
Bederech Yericho

Yerushalaim shel zahav
Veshel nechoshet veshel or
Halo lechol shiraich ani kinor


Testemunha 8



“Boger me deu ordem para comer, mas eu não podia porque estava algemado. Então ele esfregou o prato na minha cara. Tive que engolir os arenques. Estavam tão salgados que eu vomitei. Eles me obrigaram a comer de novo meu vômito e o resto dos arenques.”

Testemunha 8




*por Alexandre Varella

Acusado Stark

Testemunha 2


Testemunhas 5 e 3

Juíz


"O senhor nunca perguntou a si mesmo porque os trens voltavam vazios do Campo?" Juíz








*Por Xando Graça




Testemunha 8

Testemunhas 3 e 6