O campo de Auschwitz, na Polônia.
Começou em Frankfurt o Julgamento de Auschwitz. Os 22 réus eram ex-guardas do antigo campo de extermínio nazista.
Havia demorado 20 anos, a partir do final da 2ª Guerra, para que a Justiça alemã reagisse aos acontecimentos na polonesa Osviecim. Vinte e dois homens do campo de concentração e de extermínio de Auschwitz foram julgados por cumplicidade ou homicídio, num processo que, a cada
dia que passava, trazia à tona o sarcasmo e os horrores do nazismo.
O processo aconteceu por mero acaso. Emil Vulkan, ex-prisioneiro do campo de concentração de Auschwitz, encontrou no final da guerra várias listas de pessoas marcadas para a execução a tiros e os nomes dos respectivos algozes. Os papéis ficaram guardados 13 anos, até que fossem apresentados ao promotor público Fritz Bauer, em Frankfurt.
Nenhum sinal de arrependimento – Entre os acusados, estavam Robert Mulka, comandante da SS (Schutzstaffel - Seção de Segurança), desde 1942 em Auschwitz, Wilhelm Boger e Pery Broad, este representante político e membro da Gestapo. Foram julgados também Oswald Kaduk, apelidado pelos prisioneiros de Satanás de Auschwitz, e o dentista da SS Willi Schatz.
Nem todos os réus correspondiam ao clichê de ideólogo nazista, apesar de todos eles terem ingressado voluntariamente na temida SS, que surgiu como tropa de segurança de Hitler, ampliada mais tarde por Heinrich Himmler. Nenhum dos réus demonstrou qualquer tipo de arrependimento diante do tribunal. A maioria seguiu os conselhos de seus advogados e calou-se em juízo.
No dia 19 de agosto de 1965 encerrava-se o julgamento que acabou entrando para a história como símbolo de que os crimes cometidos em Auschwitz não podem ficar impunes. O juiz Hans Hofmeyer proclamou a sentença, com 17 condenações, com penas variando entre prisão perpétua por assassinato (para seis réus) a três absolvições (fato que causou indignação tanto na Alemanha como no exterior).
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