"Eu apenas supervisionava o cumprimento das ordens. No começo, os detentos auxiliares, davam as injeções nas veias do braço. Mas por causa da magreza dos presos era difícil acertar nas vias. Então passara a injetar o fenol diretamente no coração. Antes de terminar a injeção o homem já estava morto. No começo, fiquei surpreso quando me contaram que os detentos auxiliares matavam os doentes com injeções. Mas depois compreendi que eram doentes incuráveis portadores de moléstias contagiosas que podiam ameaçar todo o Campo. Também não poderia impedir nada. Se tentasse iria imediatamente para o muro. Nós estávamos encurralados. Não passávamos de números como todos os prisioneiros. Entre nós, só era respeitado quem tivesse um diploma de universidade. É fácil calcular que não pudéssemos nos atrever a discordar das ordens. Quero deixar claro que fui acusado de matar 16 mil prisioneiros. E isso é ridículo. Se e eu tivesse assassinado dezesseis mil doentes, quando havia no Campo um total de dezesseis mil presos, só teria sobrado a orquestra." Klehr
*por Gustavo Grangeiro
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